domingo, 12 de janeiro de 2014

A árvore da vida



ao tronco me encosto
na sombra efémera
desguarnecida no tempo

aqui arrecado
os prantos que são da vida
encerrando-os em minhas gavetas

aqui alinhavo
dissertares e percursos vindouros
esperançosos

aqui embalo palavras
agitando-as depois
e retirando-as  de seguida
do pensamento
uma a uma

nestes ramos
se penduram sentidos
do simples descanso
do voo de tantas aves

é nesta árvore
onde o meu momentâneo lar
de memórias
acontece

António MR Martins
 
 

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