Cabo da Roca, por António Martins.
dos lados do mar
vem a cálida presença
da penumbra dos sentidos
o aroma da respiração dos búzios
e a voz rouca de todas as conchas
dos
lados do mar
vêm
as nuvens da descobertaante o raiar do novo sol
que ilumina certeiramente
a água perpétua de todas as ondas
dos
lados do mar
o
cheiro inebriante da promessae a luz da radiosa esperança
com um sobrescrito lacrado
contendo todos os desígnios do mundo
dos
lados do mar
a
ousadia pujante da juventudeno percurso da ordeira nação
e o voo das aves cintila
o libertar das amarras da contenção
dos
lados do mar
a
magia do suspirar ondulanteante o asfixiar medonho
pelos nódulos da imposição
e o prurido da dor incurável do desalento
dos
lados do mar
ecoam
gritos espirituais da verdadeinaudíveis por tantos tímpanos moucos
e o desassossego dos irrequietos corpos
esfria-se no esquema da condescendência
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