sábado, 25 de janeiro de 2014

um pesadelo na noite


Imagem da net, em: www.lafarlede.fr


o vento intragável
desafiou todo o desânimo
entre as florestas desabridas
perante a inexistência da contemplação

o esvoaçar das aves
escapou à surdina escoltada pela intempérie
entre o eclodir da chuva
a destempero
num bater profundo
das suas bátegas da desconsolação
em enfoques sombrios
perante os trovões da incongruência

a gelidez com que o lençol nos abraça
solicita a companhia de todas as lãs
e da coberta do consolo
mas a avidez do grito do vazio
empalidece a pele dos resistentes
perante a fuga de todas as nuvens

o vento assobia a melodia do suspense
em interlúdios de impaciência
na brevidade do tempo
que vai sumindo sem prestar contas

mas eis que chega outro tempo
que partindo igualmente
nos deixa o silêncio do repouso

e tudo acontece
quando a natureza
veio descansar… na minha cama

 
António MR Martins

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