Lembrando:
SIDÓNIO MURALHA
Se
o «Novo Cancioneiro» foi razão,
Ou
foi, apenas, uma soluçãoP’ra criticar visões salazaristas,
Em versos ditos neo-realistas,
Jamais o saberemos. Logo agora
Que quem escreveu já cá não mora.
No
mal dizer, porém, há uma certeza,
É
tradição da gente portuguesa.E, quando o mal dizer assenta certo,
A gente sente quase o céu aberto.
DAMIÃO DE GÓIS
Nascendo
na nobreza, em Alenquer,
Foi
Damião de Góis historiador;Mostrou na sua vida tal saber,
Que se tornou versátil escritor.
Mas
não provou somente a escrever
Os
seus imensos dotes e fervor,Também noutras alturas provou ser
Bom músico e até compositor.
Das
artes foi mecenas, por prazer,
Colecionando
obras com valor,Quando era no estrangeiro embaixador.
Voltando
a Portugal veio a sofrer,
Por
mera insensatez de um delator,O cárcere às mãos do Inquisidor.
Vítor Cintra, in “
Nas Margens do Esquecimento”, edições Lua de Marfim, páginas 49 e 73, Outubro
de 2013.
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