PERCURSO
Venho
de longe,
de
terras pobrescaseadas de portas
com trincos de madeira.
Trago
nos olhos
os
microcosmosdas brasas das fogueiras.
Nos
cabelos,
os
cheiros da queima das ervasa esconjurar maleitas.
No
longe havia gente
que
atirava palavrasà dor e à alegria
e aos bichos tresmalhados.
Para
trás ficaram
as
fontes e a sede dos cântarose a evidência da Cassiopeia
e o bailado dos vaga-lumes.
Venho guiada pelo murmúrio
de raízes subaquáticas.
Perdi
o mapa das viagens
e
desprezo regressos.
Aqui
cheguei
para
conjugar o verbono tempo dos meus passos.
Licínia Quitério, in “De pé sobre o silêncio”, páginas 11 e 12, edição de
autor, Novembro de 2008.
Sem comentários:
Enviar um comentário