ONDAS DE MATÉRIA
Não
grites assim, mãe!? Levo o carroço,
O
pote, o balde, a corda, o regador..De passo estugado paro no poço
Fundo. Tronco túrgido de roedor!
Bate
o balde na água fresca; o destroço
Pelas
ondas. Num puxão o rigorDesce em onda, o balde gira e endosso
Água álgida para o teu regador.
A
exsudar reboco o carroço. Coço
Têmporas
e assalto o “Vale Maior”.Preparas o sulfato enquanto eu roço
As ervas das cepas… Ronca o motor.
Berras
aos meus nervos fracos. Não posso
Mais!
Quero a perfeição! Folha em tremor.Quase a queda… Rumino o meu remorso…
Acabar aqui… Que o céu leve a dor.
Ângelo Alves, in
“Falo Do Fundo”, página 9, edições Papiro Editora, Janeiro de 2014.
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