Deusa d'Africa, imagem da net.
JURO
Juro que ressuscitei
dos teus braços, em que a vida me sepultara,
acompanhada por meio mundo que urinara
hinos melancólicos de júbilo,
sobre a minha desgraça e o meu penico ensurdecido,
por todo o dejecto expelido
por artistas da minha praça sem arte,
que tinham sido convidados,
à minha cerimónia fúnebre.
Juro também,
que tendo sido exterminada a natureza,
com a qual fui soterrada,
desabrocharam meus dias murchos,
na presença de criminosos em debandada
que me saquearam a vida
em troca da alegria, da tristeza e da doença
na jura de Junho junto aos juízes
e aos Padres e Abades
que com a minha família
desvalorizaram-me pelo gado.
Juro que ressuscitei,
da simpática morte que me acolhera,
em seus aposentos, onde teus abraços e beijos,
me enlutavam da venenosa ternura
pela qual fui morta,
não tendo jurado em Junho junto aos juízes
junto aos Padres e Abades
morrer eternamente.
Deusa d’Africa, in “A voz das minhas entranhas”, páginas 68 e 69, Prémio Literário
Internacional ALPAS XXI 2011, Grupo Cultural Xitende / Ciedima, Lda., Maputo,
2014.
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