Vem sobre mim tugindo às ameaças
Da Barra o temporal que é uma peste!
E nem galho há de secular cipreste
Que em sua rijidez lhe louve as graças.A planície varrida encrespa a estio:
Dá ermos líbicos, evoca areais!
Desgrenhados, de bruços para o Rio,
Agitam-se os sanguíneos salgueirais.
No longe alguém que fala; um ou outro ralha.
(O alto falar do povo é como um gume,
As vozes lembram pontas de navalha).
Ala-se o vento; agride ramo em ramo.
Só eu, criança de brincar com o lume,
Sofro por ti, e mais te quero, e amo.
Afonso Duarte
Afonso Duarte
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