segunda-feira, 16 de maio de 2011

impossível retorno

no ínfimo toque da flor
o murchar em simulacro da raiz
pelo caule do porvir adormecido
onde cada folha polvilha o impasse
por cada certeira razão

ao rubro no devorar de cada mar
a imperfeição de cada conquista
pelo tempo comum a cada vida
onde os amantes acontecem
por cada persistente demora

a derrota será um destino
do caminhar simples a sós
onde morarão os abrigos
dos gestos que apertam
a obscura seiva de cada desenlace
sem retorno calculado


António MR Martins

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