terça-feira, 18 de junho de 2013

Palavras Apaladadas – III António Barroso Cruz





tuas asas de mariposa

 
adejam silenciosamente
as tuas asas de mariposa
no ventre da noite,
pousando em mim
o teu voo transpirado, amado

eu sou apenas um rio
de sombras inteiras
em cujas margens
o teu corpo se cala
depois do amor, em torpor

e o amanhecer é apenas
um tempo emudecido
que vigia o lugar
das palavras indecisas,
traduzidas em gemidos sussurrados,
fragmentos de uma
vontade de amar renascida,
incontida

 
António Barroso Cruz

In livro “Poemas à flor da pele”, página 44, edições Editora O Liberal, Câmara de Lobos.

Sobre o livro:

Na presença de um elegante livro, bem apresentado, bem orientado, com excelente imagem e com a implícita boa dosagem de muito boa poesia, nos sobejam motivos para o endereçar como contexto apelativo à leitura para todos quantos gostam de poesia. Escreve-nos o autor no seu “Esboço de Entrada”: Aos poetas/tudo se deve perdoar./Até os poemas”. Corroboro com essa genérica alusão poética (no caso: [na vida]) e mais a evidencio quando, como leitor, sustento o meu olhar, nesse contexto, por todas as páginas desta obra, até ao seu final. Recomendo, obviamente, a sua aquisição para a correspondente leitura, uma e outra vez e/ou quantas as vezes necessárias.

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António MR Martins

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