vírus
as noites inundas de opiácea cólera
inundadas pelo suor que me deraa liberdade de continuar cativo a ti
entre orgasmos e fantasmas que vi
os tumultos de dor nas madrugadas
chegam como mulheres ressacadasde um veneno lilás que não provei
de um rubro quase azul que toquei
noites enluaradas pelo latir de um cão
um brilho parido quase fulgor, clarãoserá quase dia antes que seja ladrão
e anoitecerá memória na imensidão
In livro “memórias de sal”, página 34, edições fonte da
palavra, Fevereiro de 2013.
Na poética do Ricardo Boléo,
elaborada para a presente obra, emerge o sentido da irreverência contextualizado
pela exposição de determinadas subjectividades que se evidenciam dos nossos
quotidianos, como forma de crença, fé ou afincado seguimento. Numa
elaboradíssima forma de escrever tudo é posto em questão, tudo nos fará pensar
sobre o ser ou não ser existencial e verdadeiro, perante o emoldurar de
diversos enredos alienatórios, catapultados para o cerne da sua escrita ora
apresentada. Para um homem habituado, já, às lides teatrais, não só sob o
prisma da presença em palco mas, também, sob a égide da própria escrita que
esse ramo cultural encerra, se denota um desenvolvimento sequencial entre
personagens da própria vida e de outras, tantas e tantas, sustentadas pela
imaginação, invenção, das mentes dessas próprias existências humanas. É bom
lê-lo e por isso vos trago aqui as suas palavras.
Aqui fica o endereço da sua
página no facebook:
https://www.facebook.com/ricardo.boleo?fref=ts
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