LONGE DE TI
Longe
de ti, em triste solidão,
Eu
vejo deslizar, devagarinho,Os dias longos, e o meu coração
Recorda-se de ti, o pobrezinho.
Meus
olhos querem ver-te, mas em vão;
Minha
alma imagina-te aqui perto;Depois, meu Deus, que grande decepção,
Porque em redor de ti tudo é deserto.
E
assim nesta amargura vou vivendo,
Longe
de ti, amor, eu vou sofrendoEsta vida tão cheia de agonias;
Quem
me dera ser como o pensamento,
Correr
tão de repente como o vento,P’ra estar ao pé de ti todos os dias.
João Valente
(1924-1985), in “Isto, Aquilo e o Resto”, página 19, edição da Câmara Municipal
de Ansião, 1987.
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