terça-feira, 5 de maio de 2015

Augusto Gil





A gota de água

A lágrima triste
Que por ti surgiu
Mal que tu a viste,
Quase se não viu…

Como quem desiste,
Logo se deliu…
E, mal lhe sorriste,
Logo te sorriu!

Já não era a dor,
O sinal aflito
Duma funda mágoa;

Era o infinito,
- O infinito amor,
Numa gota de água.

Augusto Gil (1873-1929), in “Avena Rústica”, páginas 125 e 126, edições Livraria Guimarães & C.ª

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