sábado, 9 de maio de 2015

Prates Miguel




POEMAPARO

Palavra anã não faz poema gigante
seja ela Virgem, Leão, Caranguejo ou Sagitário
Capricórnio, Touro, Balança ou Aquário
palavra baça não faz poema brilhante.

Palavra desdentada não morde
palavra mansa só reage quando calha
palavra ociosa não mexe uma palha
para que o poema desassossegue e acorde.

Sem mensagem, a palavra nada vale
palavra manca não corre nem flui
e a palavra muda não contribui
para que o poema gagueje e fale.

Palavra exacta faz o poema claro
com palavras à toa o poema é verbo-de-encher
sem palavras cuidadas na ponta do aparo
é inútil arengar. É escusado escrever.

Prates Miguel, in “ PoeMAnel”, página 16, Folheto Edições & Design, Leiria, 2013.     

Sem comentários: