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Solta ave
não passes de soslaio
nas terras de ninguém,
num prenhe deslumbramento
acompanhada das nuvens
da mais densa rebelião.
Ave
só
não
poises no desalentoe nos ramos despidos das árvores,
saltitando pela vez primeira
em intrépido desleixo
como se essa vez… fosse a última.
Única
ave
não
desenvolvas a saudadeno íntimo dos humanos,
que te observam pasmados…
ruídos da plena inveja
ante a sedução do teu voar.
Ave
livre
leva
o sonho com o teu voo,foge do degredo rumo à vida…
que a nós, por cá, sonhando,
por breves ou longos minutos,
só nos acontecem pesadelos.
António MR Martins
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