sexta-feira, 20 de maio de 2016

Joaquim Alves





XLIII

 
Baixo os olhos à torrente de água que nos liga.
Os teus olhos prendem-se atentos
ao lento declinar da tarde
e espantam-se.
A água não mais é cor de água.
Transporta, num turbilhão de nervos,
o nosso sangue,
à procura de repouso
no interior mais fundo da terra.

 
Joaquim Alves, in “ Amar Mata”, página s/n.º, edição do autor, 2015.

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