sábado, 7 de maio de 2016

Tudo cai minha gente


Imagem da net, em: www.pt.wikipedia.org



Caem breves pela noite
pedaços de frio cortante,
doendo como açoite
na pele quase distante.

Caem farrapos sofridos
na madrugada perdida,
como sórdidos bandidos
infectam tanta ferida.

Caem gotas repicadas
que ferem os secos ossos
e as mentes violentadas
têm pensamentos jocosos.

Caem praxes do inverno
alteradas sem ter causa,
o agreste se faz terno
a cada tempo de pausa.

Caem pás e picaretas,
bigornas e martelos d’aço;
enquanto tantas caretas
perdem aqui seu espaço.

Tudo cai, de grosso modo,
e o que falta inventar,
eu cá não me incomodo…
deixem o comboio passar!

António MR Martins

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