Henrique Levy
morri para ser teu
procura na terra
desbravada imersa
na solidão da noite
o meu corpo transformado
na aurora luminosa
cada manhã
envolta em branco
noiva viúva
viverás nesse encanto
procura amor nas minhas mãos
o sabor onde a tua alma repousa
e a luz meu deus!
tão branca parece a manhã
já clara dos teus olhos em êxtase
quando a minha boca
a tua percorria ardente
fui teu
morri para ser teu
tu ressuscitaste
deixando-me só
morto
envolto no meu burel
de noivo prometido
à vida
que já tarda
Henrique Levy, in “O Silêncio das Almas”, página 23, edições CriarInovar, Macau, 2015.
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