terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Pela Casa do Mandarim


Na Casa do Mandarim. Foto de António Martins.



Sobram salas e corredores
nas fileiras de tanta riqueza,
sonhei amores e desamores
pelos anéis impuros da perdição.

A submissão terá estado presente
em cada concubina 
da sentida espera,
os despojos das vestes perdidas
aromatizaram
a fragilidade das memórias 
e as flores quase decoram
toda a (im)perfeição.

As gaiolas desabitadas
potenciam o desalento
da inconveniência
e de tanto espaço frio
na imprudência humana,
onde o calor se esfumou.

Há rituais que se não cumprem
e um passado inquietante,
talvez alheio,
a tamanha riqueza sem palavras.

Os corredores ultimam
uma sã imagem da ilusão. 


António MR Martins

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