Na Casa do Mandarim. Foto de António Martins.
Sobram salas e corredores
nas fileiras de tanta riqueza,
sonhei amores e desamores
pelos anéis impuros da perdição.
A submissão terá estado presente
em cada concubina
da sentida espera,
os despojos das vestes perdidas
aromatizaram
a fragilidade das memórias
e as flores quase decoram
toda a (im)perfeição.
As gaiolas desabitadas
potenciam o desalento
da inconveniência
e de tanto espaço frio
na imprudência humana,
onde o calor se esfumou.
Há rituais que se não cumprem
e um passado inquietante,
talvez alheio,
a tamanha riqueza sem palavras.
Os corredores ultimam
uma sã imagem da ilusão.
António MR Martins
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