Tao Yuanming (365-427). Imagem da net.
XIII
dois homens partilham a mesma casa
cada um rejeita aquilo de que o outro gosta
vivem em mundos opostos
um está sempre embriagado,
o outro sempre sóbrio
ambos, zombam um do outro
só nisso estão de acordo
embora nenhum deles compreenda
seja o que for das palavras do outro
ser circunspecto! não será isso estúpido?
e ser exaltado? não será muito mais judicioso?
só um conselho para aquele que se dedica ao vinho
e assim se embriaga,
quando o Sol se deitar que ele não se esqueça
de acender as velas.
Tao Yuanming (365-427), in “Poemas de Tao Yaunming”, página 97, edição bilingue, versão portuguesa e prefácio de Manuel Afonso Costa, uma edição Livros do Meio / Instituto Cultural do Governo da RAEM, Macau, Junho de 2013.
Sobre Tao Yuanming:
“Não há muitos anos, os deuses da poesia decidiram convidar os maiores poetas da China para um banquete de príncipes e letrados, algures num terraço entre nuvens pendurado numa das montanhas mágicas do velho Império do Meio. Vieram Qu Yuan (343-278 a. C.) nostálgico e triste, Tao Yuanming (365-427), precocemente envelhecido, sereno, sobraçando um ramo de crisântemos, Li Bai (701-762), imortal no exílio, com uma botija de vinho (…)”, António Graça de Abreu, in Prefácio, “Poemas de Han Shan”, citação de Manuel Afonso Costa no seu prefácio a “Poemas de Tao Yuanming”.
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