segunda-feira, 8 de março de 2010

Retalhos da vida de uma mulher




Rasgam-me as entranhas
pela doce dor de ser mãe…

Outrora fui menina,
também doce,
quase sempre com um sorriso nos lábios.

Brinquei
com o que me foi permitido.

Depois…
cresci
e tornei-me mulher,
ao longo do tempo dorido de o ser.

Mulher me fiz,
apesar de tudo o que me fizeram.

Houve amarguras,
mas também felicidade.

Do ventre sofrido
saiu o resultado
do ser que me fez
manter viva.

Por ele
encontrei todas as forças.

Depois disso,
rasgaram-me tanta coisa…
alguns até me insultaram.

No entanto
também houve
quem me acarinhasse.

Mais tarde
aconcheguei os rebentos,
que anos depois
me chamaram de avó.

Hoje,
prestes a desaparecer,
sinto a força de ser mulher.

Nada há de mais valioso na Humanidade!...


António MR Martins

2010.03.08 (Dia Internacional da Mulher)
foto de Margaridas (net)