Rasgam-me as entranhas
pela doce dor de ser mãe…
Outrora fui menina,
também doce,
quase sempre com um sorriso nos lábios.
Brinquei
com o que me foi permitido.
Depois…
cresci
e tornei-me mulher,
ao longo do tempo dorido de o ser.
Mulher me fiz,
apesar de tudo o que me fizeram.
Houve amarguras,
mas também felicidade.
Do ventre sofrido
saiu o resultado
do ser que me fez
manter viva.
Por ele
encontrei todas as forças.
Depois disso,
rasgaram-me tanta coisa…
alguns até me insultaram.
No entanto
também houve
quem me acarinhasse.
Mais tarde
aconcheguei os rebentos,
que anos depois
me chamaram de avó.
Hoje,
prestes a desaparecer,
sinto a força de ser mulher.
Nada há de mais valioso na Humanidade!...
António MR Martins
2010.03.08 (Dia Internacional da Mulher)
foto de Margaridas (net)
1 comentário:
Lindo!!
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