compassado com a música,
no vigor de qualquer dança.
Ou no harmonioso portento,
de tornar coisa pública
o modelar duma faiança.
Ou em gestos sensuais
coreografados a preceito,
a par da melodia escolhida.
Pelos ritmos sempre iguais,
no mais valioso jeito
de uma salsa destemida.
Na nobreza do árduo tango,
numa perícia de contornos,
e na troca de subtis olhares.
Em contraste ao luso fandango
ou à valsa de belos adornos
para diferentes festejares.
Temos o samba tão tropical
ou uma qualquer bossa nova,
dançadas ao trincar duma uva.
Melodias sem ter rival,
mesmo em canto de uma trova
ou de “slow” dançado à chuva.
Sãos os corpos em ebulição,
em concursos bem diversos
pelos quais nunca competi.
Sempre ao rubro a sensação,
no ritmo destes meus versos
ou no dançar de Gene Kelly.
Chove agora neste local,
ao compasso da natureza,
e ninguém à chuva dança.
Neste imenso Portugal…
resta-nos uma única certeza:
- Esta andança já nos cansa!...
António MR Martins
"Dança da Chuva", foto de Italo Setti, da Galeria Pública "Gentes e Locais", in http://olhares.aeiou.pt/danca_da_chuva_foto636152.html (na net)
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