quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Tu, não és ela mãe

…E depois, mãe, fui descobrindo
Que já não eras tu que eu sabia
Nem eras ela
Aquela que nunca amei
Perdi-me...

Reli as tuas cartas, mãe
Como um manual feito em liberdade
Num quarto esculpido
De sombras obrigatórias
Despido de luares

Não és tu, mãe, eu sei...

Mas os teus queixumes
Os teus receios
As tuas lágrimas
Que me caíam no rosto
Cercadas de prenúncios
Com quem ainda me cruzo
Afrontam-me a tua memória

Tu não és ela, mãe...

Vou deixar o sossego do tempo
Secar as lágrimas que ainda alimento

Manuela Fonseca

1 comentário:

Maria Manuela Amaral disse...

E agora?
O que hei-de eu dizer?
Emocionada fiquei por este carinho mimado de um grande amigo!
Obrigada!!!

(e pensar eu que ia levando uma tareia...) Eheheheh

Um beijinho terno*