Tenho mortalhas às cores
com medo das amachucar
num caderno velho de dores
que nunca ninguém vai tocar
Tenho poeiras e bolores
roupas guardadas sem arcas
tenho tesouros e amores
rosas coloridas das pratas
Tenho tempos que não voltam
palavras cravadas nas traças
nas teias que ainda revoltam
mas calo ao mundo as raças
Essas hoje já pouco importam
sonho, retiro palavras esgaças
Cristina Pinheiro Moita
in livro "Falua da Saudade", pág. 36, edições Lua de Marfim, Agosto 2011
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