quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A QUINTA FASE DA LUA


Atravessei o vale da noite
Com a alma pendurada no olhar
O sorriso amarrado à cintura
Nas pernas o tombo do cansaço
De quem bebia à volta do prato
E picava as migalhas
Sob um convite lunar

Quando os cabrões me deixaram
Os restos mortos de um planeta
Meditei-me na intensa escuridão
Sobre o sossego espaçado
Da quinta fase da lua
Insanidade profetizada
A erigir bandeiras
De palavras prostitutas

Isenta de afectos
Reapareci-me
Nessa quinta fase
De uma lua ignorada
Efeitos colaterais
De Lugares Santos.

Manuela Fonseca

1 comentário:

Maria Manuela Amaral disse...

Amigo António,

Fico-te muito grata por este miminho! É bom ter miminhos dos amigos que nos são muito queridos.
E, modéstia à parte, este poema é um dos meus preferidos.
Sinal que também se faz poesia em conversa com uma amiga onde surge um título parecido com o que lhe damos :)

Um beijinho grande, amigo lindo*