Atravessei o vale da noite
Com a alma pendurada no olhar
O sorriso amarrado à cintura
Nas pernas o tombo do cansaço
De quem bebia à volta do prato
E picava as migalhas
Sob um convite lunar
Quando os cabrões me deixaram
Os restos mortos de um planeta
Meditei-me na intensa escuridão
Sobre o sossego espaçado
Da quinta fase da lua
Insanidade profetizada
A erigir bandeiras
De palavras prostitutas
Isenta de afectos
Reapareci-me
Nessa quinta fase
De uma lua ignorada
Efeitos colaterais
De Lugares Santos.
Manuela Fonseca
1 comentário:
Amigo António,
Fico-te muito grata por este miminho! É bom ter miminhos dos amigos que nos são muito queridos.
E, modéstia à parte, este poema é um dos meus preferidos.
Sinal que também se faz poesia em conversa com uma amiga onde surge um título parecido com o que lhe damos :)
Um beijinho grande, amigo lindo*
Enviar um comentário