sábado, 16 de novembro de 2013

A felicidade de fazer o bem


Imagem da net, em: www.estudos.gosplemais.com.br


Deitado no seu cansaço e anónimo de ilusões,
sem desejos pendentes e outras condições.
Olhando o horizonte e as nuvens do desabafo,
esmifrou os condimentos para aquecer seu bafo.
A água já regelava o pensamento da morte
e o seu passo ligeiro, interiorizava-o como torpe…
levantou-se em desatino e olhou em seu redor,
proferiu palavras mansas que conhecia de cor.
Aprumou os seus sentidos e a ninguém pediu meças,
coçou sua cabeça reintegrando suas peças.
Acariciou a pedra próxima e a árvore subjacente
e numa alusão voraz denominou-se de inteligente,
sortilégio do desaprumo, metáfora sem solução,
abriu os braços ao mundo e a todos deu a mão.
Sentiu-se como um deus, de todos, o maior
e neste gesto fecundo… regurgitou muito amor.
Logo contabilizou: seu procedimento por tamanho,
perante a mediocridade de tanto humano tacanho.
Se nos dermos uns aos outros, numa ajuda coerente,
certamente de mesquinhos voltaremos a ser gente.

 
António MR Martins

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