segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Laranja amarga e doce


Imagem da net, em: www.imagensdanet.com


Há um poema reverso
Entre a palavra e o verso
E o sumo da doce laranja
Amarga pelo travo sofrido
Entre a esperança e a inquietação

Cortada em desiguais partes
Num meio de simbolismo
Onde se assumem uma esquerda
E uma outra direita
Na plenitude das contradições

Os gomos são as referências
De tantas indulgências
Sarcasmos de tantas vidas
Nas sementes da integração
Num porvir desintegrado

Um mundo partido ao meio
Sementes entre os dois lados
Todas elas similares
Em toda a sua diferença
Tal como os idênticos gomos
Díspares nos seus preceitos
Entre o seu divino suco
Amargo ou doce
Por entre cada entendimento

Laranjas
Sempre laranjas
Sempre diferentes ou quiçá iguais
No peso ou no tamanho
Nas sementes germinadoras
Ou nos gomos da sua essência

Mas sendo
Sempre laranjas

 
António MR Martins

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