sábado, 9 de novembro de 2013

Edgardo Xavier




Nos teus caminhos

 
Nos teus caminhos
sabem-me a mosto as manhãs

Rutila o sangue
como vinho
na talha do meu corpo

Bebes-me nos teus ritos
e escorro-te na boca
no ventre
no seio
ou morro no meio de nada
na paz da tua seda
rasgada

Nos teus caminhos
Sabem-me a mosto as manhãs

 
Edgardo Xavier, in “Corpo de Abrigo”, página 26, edições Temas Originais, Coimbra, 2011.   

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