quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Afonso Duarte





EPIGRAMA

Há só mar no meu País.
Não há terra que dê pão:
Mata-me de fome
A doce ilusão
De frutos como o sol.

Uma onda, outra onda,
O ritmo das ondas me embalou.
Há só mar no meu País:
E é ele quem diz.
É ele quem sou.

Afonso Duarte (1884-1958), in “Obras Completas de Afonso Duarte, I – Obra poética”, página 129, Plátano Editora, Junho de 1974.