sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Alvaro Giesta





[Tange teu corpo nu colado ao meu]

Tange teu corpo nu colado ao meu
em horizontal planície ondulante e verde,
onde espigam os sonhos
respirando a vida em cantos libertos
das algemas

Voam os pássaros livres
levando nos nossos olhares húmidos
réstias de sombras de medo
sangrento e mudo;

o vento sopra sobre o nosso deserto,
desflora cabeleiras
estremece árvores de ternura
solta a liberdade dos pulsos algemados;

o tempo ressuscita o lume e o sol!

Parai
e dizei-me o que há de mais puro
no coração ávido que anseia a água da vida
e o ser,
senão a poesia

Alvaro Giesta, in “Um Arbusto no Olhar”, página 81, edições Calçada das Letras, Outubro de 2014.

 

1 comentário:

Regina Kreft - Fhatima disse...

Um poema intenso, revelas um sentimento que vai além de todos os horizontes, e encontra a beleza nos versos.
Parabéns poeta!
Regina Kreft