Lapidar o dia
Eu,
e por mim
Jamais
esqueciaO cheiro dos jasmins
Na caligrafia dos dias
Meu jeito de espantar
A desesperança
Que me ofusca de luz matinal
E insiste em se camuflar
De sol brilhante
Se
quando piso
De
pés descalçosO mármore frio
Da realidade
Eu sinto
Que preciso
Levar uma promessa
Bruta, como a palavra
Para a oficina dos sonhos
E lapidá-la em diamante
Sandra Fonseca, in “Dez violinos marinhos e uma guitarra de sal”, página
21, Arquimedes Edições, Colecção Museu Nacional da Poesia, Belo Horizonte –
Minas Gerais – Brasil, 2014.
1 comentário:
Como eu
artesã de metáforas
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