sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Mil vozes





soam nas esquinas dos prédios
pelas rachas de suas paredes
que se perdem no tempo

e entre as portas de todas as saídas

ecoam nos penhascos do mundo
e nos vales das terras prometidas
no mais longínquo horizonte
invadindo os tempos de tanta espera
num constante ruído
prenhe de tamanha surdez

as vozes extravasam
os espaços demarcados
numa sonoridade
que potencia denegridos enredos
com a faculdade
de nos atormentar o íntimo
ante tanto desesperante silêncio

António MR Martins

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