domingo, 31 de outubro de 2010

Palavra perdida

“Plágio ou morro agora”

Morro agora
Com a palavra que não foi escrita

Morro do nada
De uma morte não anunciada
Mas avisada

Morro temente
Pela palavra que não foi dita

Morro de morte abismada
Por ser prenunciada
Sem ter sido editada

Morro da morte que demora
Tal como a palavra se aflora

Mas não morro
De morte morrida

Não morro de efémera ferida

Morro da vida
Pela palavra que não foi definida
No mesmo sítio
Onde a palavra se encontra perdida

António MR Martins


Dedicado ao escritor e poeta amigo José Ilídio Torres, que morre inúmeras vezes pelo renascer da palavra
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imagem in http://coisasque-euvi.blogspot.com/ (na net)

1 comentário:

Vanda Paz disse...

Este poema está excelente!

E conhecendo o Zé como conhecemos este poema é uma extensão do seu ser poeta

Parabéns e obrigada por este momento

Beijos