quarta-feira, 27 de julho de 2011

Aos homens de tanta coragem


Nas marés da inocência
Onde se atalham as redes
E os homens são destemidos
Há um travo a saudade
Que se deixa em cada praia
Na partida para o mar

Em cada noite menina
Com chuva ou lua cheia
Nas ondas de tanta coragem
Se unem seus braços lestos
Que a manhã traz a ressaca
No pecúlio das suas margens

Os esperam suas mulheres
E as viúvas de tantos outros
Num auxílio necessitado
No reencontro da vida
Onde sobrevivem memórias
E as vestes negras perdidas

Restam as caixas do fresco peixe
Que os mercados tanto anseiam
Onde tantos ganham mais
Do tão pouco que lhes fica
E em cada mesa distante
Se tempera tanta façanha

Noutro dia noutras vidas
Nos mares do desempenho
Os pescadores neles retornam
Regressando em cada maré
Às areias que os acolhem
Muitas vezes em menor número


António MR Martins

imagem da net in http://salvador-nautico.blogspot.com/2010/02/faina.html

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