Um chão
que se não pega aos sapatos
onde o silêncio esquecido
mora a cada instante.
Um chão
moldado a um espaço
onde se remendam
os trilhos por demais pisados.
Um chão
que me sustenta o apoio
onde me é permitido poisar
as raízes do meu tempo.
Um chão
sobrado que é da gente
com tantas memórias
de que não pode falar.
Um chão
espreitando o futuro
que anseia a passagem
dos pés dos vindouros.
Um chão
que é este sendo meu
onde circulo ou vou em frente
e me é impossível voltar atrás.
António MR Martins
imagem da net
Sem comentários:
Enviar um comentário