quinta-feira, 28 de julho de 2011

Meu chão


Um chão
que se não pega aos sapatos
onde o silêncio esquecido
mora a cada instante.

Um chão
moldado a um espaço
onde se remendam
os trilhos por demais pisados.

Um chão
que me sustenta o apoio
onde me é permitido poisar
as raízes do meu tempo.

Um chão
sobrado que é da gente
com tantas memórias
de que não pode falar.

Um chão
espreitando o futuro
que anseia a passagem
dos pés dos vindouros.

Um chão
que é este sendo meu
onde circulo ou vou em frente
e me é impossível voltar atrás.


António MR Martins

imagem da net

Sem comentários: