domingo, 24 de julho de 2011
quimera
tanta cegueira
em busca da coisa amada
tantas horas
fizeram as amarras da perdição
trilhos sinuosos no prurido da ventania
das mãos abertas
ouço a voz
o crepúsculo nos corta o âmago
nos erectos pêlos da consistência
o teatro de quase todas as vidas
esconde-se a cada anoitecer
mais triste não é o cego mas quem não quer ver
no tormento de tantas insónias
o adormecer anseia
que a bruma não disperse
o sentir de cada sonho
no alcance de cada infinito
as queixas dominam
a insensatez de cada acordar aflito
no crepitar de cada lume
sulcam-se estreitos
onde a prisão de todas as vozes
tonteia
e a quimera de cada incêndio
estabelece o queimar do nosso interior mais profundo
António MR Martins
imagem da net
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