sábado, 23 de julho de 2011

indiferenças


a pedra soletra
as sílabas do som perdido
perante ervas e silvas
que germinam em suas bermas

uma extremidade latente
liberta de todas as raízes
se inquieta
na origem de cada anoitecer

porém
estabiliza
na acalmia da alvorada

consequente
à solidão da noite

no solo em que habita
renasce o soletrar
onde a sonora palavra não é vã


António MR Martins

imagem na net

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