sexta-feira, 10 de agosto de 2012
O amor diz-se no silêncio
Amo em silêncio,
Quando os corpos insinuam
Gestos quentes,
Revoltosos...
Como as ondas na praia deserta
Elevando os delírios.
Amo em silêncio,
Quando as sombras se escondem,
No melancólico despertar,
Assim a minha alma suspira
Nos beijos que aquecem as manhãs.
Amo em silêncio,
Quando o abraço acalma o meu peito,
E as palmas das mãos se encontram no vazio
Velando meigas e serenas
Na calma extática que afaga o meu coração.
Amo em silêncio,
Sem palavras inteiras,
Encontrando todos os lugares perdidos,
O colo é o porto de abrigo
A brisa solta-se da enseada do teu dorso
Onde velejo sem rumo.
Amo em silêncio,
Imaginando o teu rosto,
Deslizando o meu toque cerrado
Numa entrega imperial...
Adormeço assim na nascente inerente a ti
Para escutar apenas e tão só
O doce sabor da tua voz.
Luís Ferreira
in livro "O céu também tem degraus", páginas 60 e 61, edições Esfera do Caos Editores, 2011
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