quinta-feira, 28 de março de 2013

A NÉVOA E EU…




100 - Francisco Valverde Arsénio









Uma leve neblina cai pungente
e penetra a minha alma,
o ar está gélido, ganho asas
e parto na procura das estrelas.

Não pertenço a ninguém
mesmo quando o meu corpo
é abraçado ou cantado.

Sonho-te em cores que não conheço,
e sinto-te nas sombras
que vestem
as paredes escondidas do luar.

És misteriosa como a noite,
sabes a frutos agridoces,
tens os lábios mesclados
e embrulhas os sonhos
na maresia vinda do outro lado do mar.

O entardecer é suave
por cima das nuvens onde vagueio
e a cidade dos murmúrios
desagua entre as pedras
dos muros que a guardam.

Cai uma leve neblina
… e eu ainda voo.

 
© Francisco Valverde Arsénio


2 comentários:

Anónimo disse...

Meu caro;
É uma honra fazer parte daqueles que publicas, nem sei como agradecer a partilha que fazes das minhas palavras.
O meu abraço de amizade.
PS: Passarei a "visitar-te" sempre que possível.

francisco valverde arsénio

António MR Martins disse...

É muito bom Ter-te por aqui.

Abraço.