terça-feira, 5 de março de 2013

O tesouro mais valioso

 
Mosteiro dos Jerónimos e Estádio do Restelo, em Lisboa.


Ergo-te
em pedaços de mim,
onde se expressam os sentidos
do nosso amor.

Ergo-te
nas réstias que nos sobram
de um conteúdo supremo
e apaziguador.

Ergo-te
no palco do mundo,
alheio a todos os protestos
pelo teu fragor.

Ergo-te
no ventre das memórias,
entranhas da nossa vida
na sua partícula maior. 

Ergo-te
mensageira do sonho,
em versos aleatórios
declamados de cor.

Ergo-te
no voar das andorinhas,
pela primavera da vida
de anseio sedutor.

Ergo-te
sempre que assim possa
do nascer ao pôr do sol,
em viagens cor-de-rosa
no cantar dum rouxinol.

Nas coisas mais sentidas,
nos apertos da nossa vida
ou nas receitas sofridas
até que surja a partida.

Ergo-te
para todo o nosso sempre,
meu tesouro denunciado
de grandioso valor.

 
António MR Martins

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