terça-feira, 26 de março de 2013

natural consentimento

 
 

de fronte de mim
o chão molhado
pelos salpicos de água
insistentemente chovida

na visibilidade
permitida
o céu abrange uma tonalidade
cinzenta
e desse infinito
se continua a expelir chuva
que supera todos espaços do acolhimento

a secura há muito se esfumou
nos tempos
e no remolhado
transbordando ilimitadamente
em toda a linha

nada é como se pretende
e a sujeição
neste caso
tem de ser consentida

 
António MR Martins

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