segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Regalem-se

Se regalem
no olhar da envolvência,
em que o abraço do afecto
surge com empenho e saliência.

Se regalem
por toda a ajuda premente,
onde um abraço maior
é dado de igual forma a toda a gente.

Se regalem
pela simples palavra amizade,
em que o abraço concreto
tonifica qualquer felicidade.

Se regalem
num olhar sensual e terno,
onde o abraço do amor
nos aquece em pleno inverno.

Se regalem
pelo vazio discurso airoso
de quem manda calar o vento
num modo assaz melindroso.

Se regalem
num hino de fraternidade,
onde uma mão nos acolhe
em gesto idêntico à liberdade.

Se regalem
desta e daquela maneira,
com o rir a pleno gosto
pela (im)precisão de toda a asneira.

Se regalem
mas não emprenhem pelos ouvidos.

António MR Martins

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