terça-feira, 13 de agosto de 2013

A ti, eu anseio




Como te anseio,
pelos penhascos da vida,
nos obstáculos perdidos,
encontrando outra saída
pelos asfaltos feridos.

Como te anseio,
só, na hora da demora,
no que podemos alcançar
pela nossa vida fora,
como sentido de amar.

Como te anseio,
no respirar que preciso
pelo amparo entre nós,
no momento indeciso
junto ao som da tua voz.

Como te anseio,
no carinho e afago,
no encanto dum sorriso,
nas fotos que de ti trago
e no ganho do meu juízo.

Como te anseio,
nas palavras que proferes,
no tempo que intento,
tudo em que interferes
no ouvires meu lamento.

Como te anseio,
na semente germinada,
no olhar tão persistente,
na guerra apaziguada,
no caminharmos em frente.

Como te anseio,
neste ter-te junto a mim
e no beijo que recebo,
por tu seres sempre assim
e por todo teu enlevo.

Como te anseio,
na vida, no sentimento,
no abraço que me deres,
entre travo e alimento,
no tempo que tu quiseres.

 
António MR Martins, in “Margem do Ser” (a publicar)

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