sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Balem pelos balidos se valem dos validos


Imagem da net, por Rouxinol de Pomares, em:



Balem
As causas sem compromisso
E as redes conspiradoras
No anseio
De tudo aquilo que devoram

Balem
Os descontentes
Manifestando contratempos
Nódoas de tantos lamentos
Pelo murchar dum cerne viçoso

Um balir inconsequente
Por tudo o que ficou pendente
E pelo nada conquistado

Um suprir sempre evidente
Que cortou tanta corrente
Levando ao descambado

Balidos
Sofridos e soltos
Como soluços arrefecidos
Entre o ar que tanto engasga
Num respirar profundo
Que a pele a muitos rasga
Neste sobressaltado mundo

De que valem esses gritos
Essa luta molengona
Que surjam outros balidos
Limpem estes com acetona

Soam as vozes
De todos os carneiros
E as ovelhas silenciam-se
Obedecendo

 
António MR Martins

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