40 - Joaquim Monteiro
A
luz insinua-se como um pássaro
Voando
sobre as palavras ausentesJuntando no voo as partículas do silêncio.
Lentamente
procura o verde o corpo presente
À
distância dum leve bater de asas
E
a luz brilha por entre as fendas verdes
Como
um sopro muito íntimoMovimentando as ancas da mulher jovem
Como dança muito suave sobre pétalas.
O
aroma do pão fresco ilumina os sentidos
Abre
os poros da jovem ave pousadaNo parapeito do desejo floral.
Todo
o mel se derrama à luz da boca
A
claridade desinibe a pele mais tímidaE a manhã começa como se o espaço
Ouvisse o rumor das abelhas no sangue.
Sem comentários:
Enviar um comentário