sábado, 12 de janeiro de 2013

Ao correr das águas

 
Rio Ceira, by Gonçalo Lobo Pinheiro.


Na redundância daquele açude
impera a sôfrega imprudência
entre as suas espumosas águas

As cascatas ali se espelham
em preâmbulos nostálgicos
e ânsias salivantes
num pleno contraste efémero
por onde caminham as tendências

O leito inconsolável
alberga a artimanha da corrente
num percurso flamejante

Naquele açude
se ultima tanta filtragem
onde os detritos se desconsolam
pelos conceitos da imensidão

A água
essa segue correndo

Até que possa fazê-lo

 
António MR Martins

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