49 - Antónia Ruivo
Dá-me
um abraço perdido no tempo
Divide
comigo por um momentoA tentação de ter lugar além
Onde o imaginário acontece. Porém
É temível a pergunta
E depois.
Quando
os rios secarem e as fontes cessarem
Perdemos
subitamente a vontadeRepetidas palavras vãs
Dá-me um abraço na frescura das manhãs
Olha as ruas desertas, as portas fechadas
Onde a cidade ainda acontece
E os passos vadios calcam a calçada, solenemente
Dá-me
um abraço, diz-me contudo a cor dos dias
Reparte
comigo verdes trigaisDiz-me apenas o teu nome, madrigais
Sejam
por fim as tuas mãos estendidas
Sem comentários:
Enviar um comentário