75 - Alexandra Bello Patronilho
Encontro-me no jardim da morte,
Onde passeiam as minhas emoções decapitadas…
Onde num esgar de loucura, acreditei que viver era possível.
Encontro-me onde nada existe.
E vejo ao fundo do jardim o escarnio da vida afundando todos os meus sonhos,
Nesse leito perpétuo que alguns chamam mágoa.
Encontro-me
num barco naufragado.
Onde
navega o que resta de mimPreâmbulo de uma felicidade anunciada...
Onde no porão moram os restos das tuas verdades,
Onde entre o cheiro fétido das promessas, recolho o que resta de ti,
Um olhar transparente onde quis morar,
Umas mãos onde quis descortinar a minha morada,
Uma boca onde quis ressuscitar… todos os dias!
Encontro-me
dentro de mim
Num
impossível resto de um querer acreditar que me rasga,Que se entranha ate as vísceras do meu interior devastado.
Não é laço da corda que ao perder-te me enforca,
Não é perder a vida que me assusta,
É encontrar a morte, acaricia-la e dizer-lhe baixinho…
“ Ainda bem que chegaste! “
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