Acordes suaves em cada gesto
Movimento de mão sedenta agarra,
Corda que dedilha, andamento lento.
Harmónicos, agradáveis trinados,
Que se elevam no ar, anilham...
Etéreos sons tantos recusados,
Porquê? Negam o amor não brilham.
Música do vento, cearas que dançam,
Alento de beijo nas espigas doiradas,
Tudo é música e na terra vibram,
Em surdina cantam enamoradas.
Campo, fazenda, planície, tudo,
Tudo que queiramos chamar,
Em qualquer átomo nada é mudo,
Existência de vida a cadenciar.
Existe guitarra a tocar de mansinho,
Como um borbolhar a nascer da terra,
Há uma cigarra a cantar baixinho
Acordes que se espalham p'la serra.
Cordas que tangem sons penetrantes,
Acordes que entoam e se dispersam,
Se elevam, sustêm ardor de amantes,
Que em ritmo, te envolvem e abraçam.
Gabriela Pais
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