quinta-feira, 19 de abril de 2012

Vozes silenciadas



Esgravatam os ânimos rebeldes
Indispostos pela tolerância
E para tantos outros afagos

Os fogos se desvanecem
Os pruridos se elevam
As mentes enlouquecem
E as verdades não se relevam

As melodias são confusas
E a ilusão incorporam
Entre tantas palavras difusas

Os aceiros já não dividem
As pedras esmorecem
As árvores não se agitam
As vozes não têm comando
E as vidas não têm conserto
Pelo desespero que assentam

Há um cântico amordaçado
Em tanta voz do silêncio

António MR Martins

Foto: Kaiping (China), by Gonçalo Lobo Pinheiro.

Sem comentários: